O estúdio de arquitetura dinamarquês Cobe e o estúdio multidisciplinar sueco Yellon venceram o concurso para a conceção de "Stadsljus", uma nova torre residencial que se elevará 110 metros acima do nível do mar, a construir no local da antiga fábrica de gás histórica de Estocolmo. Um projeto para a OBOS, um dos maiores promotores imobiliários da Escandinávia, e para a cidade de Estocolmo, Stadsljus - que significa "Luz da Cidade" - está destinado a redefinir o tecido urbano de Estocolmo, maioritariamente constituído por edifícios baixos. A forma circular da torre é inspirada e presta homenagem aos históricos gasómetros das fábricas de gás (gasholders).
Stadsljus situar-se-á em Norra Djurgårdsstaden - Porto Real de Estocolmo - um terreno abandonado perto do centro da cidade que está a ser transformado numa zona urbana sustentável. Uma das maiores áreas de desenvolvimento urbano da Europa, esta zona acabará por albergar 12.000 novas habitações e 35.000 postos de trabalho, bem como escolas e parques. A zona industrial é muito caracterizada por mais de um século de produção de gás (que cessou em 2011) e apresenta vários gasómetros cilíndricos distintos com um valor arquitetónico e cultural significativo. Estes incluem dois gasómetros de tijolo (gasómetros 1 e 2) concebidos pelo arquiteto sueco Gustaf Ferdinand Boberg, o primeiro dos quais entrou em funcionamento em 1893. Embora algumas estruturas tenham sido preservadas e adaptadas para reutilização, o gasómetro 4 do local foi demolido - será substituído pela nova torre Stadsljus de 36 000 metros quadrados (387 501 pés quadrados), com a mesma altura do antigo gasómetro.
Gasometers 1 and 2 built in 1893 and 1899
Gasometer 4 (left) built in 1932
Cobe e Yellon conceberam uma torre cuja estrutura circular fará parte de uma família coesa de edifícios circulares nos terrenos da antiga fábrica de gás. Stadsljus é composto por três "cilindros agrupados" e é descrito pelos dois estúdios como o "gasómetro da próxima geração num volume ideal para habitação".
A torre foi concebida com uma forma distinta, com a base, o corpo principal e o topo inspirados nos gasómetros circundantes: A base aberta em tijolo reflecte as fachadas em tijolo dos históricos gasómetros 1 e 2 de Boberg, com os seus característicos pilares verticais em tijolo. O corpo da fachada metálica tridimensional e modular da torre é uma interpretação do "esqueleto de aço racional e repetitivo do gasómetro 3", afirmam Cobe e Yellon.
Gasometer 3 built in 1912
O topo da Stadsljus, a coroa da torre, foi concebido como "um tributo ao topo dos caixotões de Boberg, com um telhado facetado e inclinado e uma saliência pronunciada", dizem os estúdios. O topo esconde células solares e vários dispositivos técnicos. A construção do edifício utilizará um sistema modular pré-fabricado de montagem de fachadas: um "esqueleto modular" composto por painéis de parede fechados, janelas, portas e varandas. Para Cobe e Yellon, este sistema permitirá "diversas configurações que permitem encontrar o equilíbrio certo entre variedade e racionalidade, assegurando ao mesmo tempo um clima interior ótimo em cada apartamento". A torre será revestida com materiais de baixa manutenção e resistentes às intempéries, incluindo alumínio, aço corten e tombac (uma liga de latão com elevado teor de cobre).
A torre residencial incluirá aproximadamente 300 apartamentos de vários tamanhos, variando de 30 a 130 metros quadrados (323 a 1.399 pés quadrados). Vinte por cento destes apartamentos serão oferecidos com base num modelo de copropriedade. O design cilíndrico agrupado da torre e as superfícies angulares asseguram condições óptimas de luz natural em cada apartamento e muitos apartamentos terão uma varanda/terraço. As instalações públicas no rés do chão incluirão uma pré-escola e um restaurante.
Prevê-se que a construção de Stadsljus tenha início em 2026 e que esteja concluída em 2029.
